30 de nov. de 2015

Mahogany Stark e Make Me Fever Gold - Avaliações



Eu diria que há uma diferença sutil ou média entre o trabalho realizado pela Mahogany e a produção de muitas empresas que oferecem, sem puder, alternativas aos importados na forma de contratipos. Os contratipos costumam se aproximar o máximo possível do perfume original dentro do seu orçamento, criando nomes que remetam e algumas vezes frascos que imitam de forma mais simples o perfume em que se inspiram. Eu diria que a Mahogany se distancia desse modelo e é uma espécie de Zara Brasileira da perfumaria, uma fast fashion que digere as criações comerciais e as reinterpreta mantendo a forma e mudando detalhes, frascos e nomes. É possível perceber na linha da empresa um mix de tendências clássicas e modernas. Stark e Make Me Fever Gold fazem parte da segunda classe.

Make Me Fever Gold é a aposta da marca na direção de um tipo moderno de rosas que ganhou nova força após o sucesso de vendas de 2008, Chloe. As rosas de Chloe apostaram na direção que reforça o aspecto mais almiscarado, verde e levemente frutado da flor em uma sensação que mistura o cheiro da rosa com o cheiro da peônia, também delicado, levemente verde e sutil em sua doçura. Make Me Fever Gold se apropria dessa ideia e sugere o tom dourado por uma luminosidade cítrica que envolve as rosas. É um acorde interessante, que mantem sua harmonia por um bom tempo e irradia uma fragrância floral fresca, levemente cítrica e sutilmente frutada. Uma parte que para mim diferencia Make Me Fever Gold do Chloe é a base, que tem nuances de baunilha em meio ao aroma dos musks brancos, o que lhe dá um fundo adocicado que se revela mais intensamente na pele com o calor do corpo. É uma finalização elegante para uma composição elegante e de fácil uso.

Stark já vai numa linha que costuma fazer sucesso na perfumaria masculina e que aparece em tantas criações que certamente diferentes usuários terão diferences sensações com seu aroma. A mais comentada é da semelhança com o Fierce da Abercrombie, entretanto Stark remete muito ao recém lançado Sauvage da Dior. O que os 3 tem em comum? Uma dinâmica que utiliza notas cítricas frescas e verde, um toque apimentado, o cheiro aromático e clean do dihidromircenol e lavanda e uma base almiscarada e amadeirada mineral que depende bastante do iso e super, a nota sintética mais utilizada para dar um cheiro abstrato, leve e persistente de madeira que não remete especificamente a nenhuma. Stark se difere pela ausência de tons de musgo e parece mais básico talvez, ainda que atingindo com sucesso a ideia de frescor leve e de boa duração que muitos desejam. 


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