Eu vejo que muitos dos problemas que eu percebo nos perfumes acontecem independente do segmento em que eles se encontram. Seja nacional, importado, comercial, exclusivo ou de nicho, muitos produtos falham entre o que prometem pelo frasco, nome e conceito versus o que entregam no aroma. E a não ser que estejamos diante de uma fórmula fantástica capaz de superar esses obstáculos, isso pode ser prejudicial para a apreciação e vida do produto.
Make Me Fever At Night da Mahogany me passa justamente esse problema. O aroma em si é bem construído dentro dos seus limites de orçamento e público, entretanto está descasado do conceito, que promete requinte, sofisticação, ser envolvente e marcante. Junte-se a isso o nome e certamente há uma expectativa de um perfume mais exótico, envolvente, algo talvez doce ou especiado ou até mesmo amadeirado. Em vez disso, estamos diante de um cítrico suculento de nuances levemente florais.
Make Me Fever At Night apresenta um colorido diverso de aromas cítricos, um cheiro que remete a limão, bergamota, e toranja. Desses, o aroma fresco e levemente azedinho do limão é o que prevalece. Ele conduz para o aroma meio amargo e floral do petitgrain de laranjeira, que com a lavanda e toques especiados até tenta dar um ar mais sofisticado, porém não sai do território cítrico e aromático da composição. A base termina de uma forma um pouco simples, nada noturna, com um cheiro almiscarado limpo com poucas nuances amadeiradas.
Se o perfume não funcionasse do jeito que é eu veria que o nome poderia ser mantido e o perfume refeito. Entretanto, seu aroma cítrico e de intenso frescor é bem equilibrado e relativamente bem construído. O certo seria talvez ele ser um Make Me Fever Summer ou Make me Fever Citrus. Em uma coloração verde clara, aí teríamos união perfeita entre nome (Citrus), frasco e aroma.
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