Conceito: 9,5
Olfativo: 9,5
Técnico: 9,5
Nota Final: 9,5
Olfativo: 9,5
Técnico: 9,5
Nota Final: 9,5
Composição Nota:
25% Conceito, 50% Olfativo, 25% Técnico
Preço Oficial: 199 reais 50ml
Categoria: Nicho Artesanal
25% Conceito, 50% Olfativo, 25% Técnico
Preço Oficial: 199 reais 50ml
Categoria: Nicho Artesanal
É necessário um certo cuidado ao avaliar a trilogia de perfumes que Fábio Condé propôs para dar início a sua marca. Como a perfumaria clássica seus perfumes não são imediatamente decifráveis, muito menos lineares e como perfumista Condé parece ir naturalmente para esse estilo mais clássico e francês de perfumaria. De forma que testar na fita versus testar na pele e testar em dias de temperatura diferente mostram nuances e camadas até então não explícitas. Na fita seus perfumes se mostram até mesmo parecidos, mas na pele são ricos em detalhes.
Vejo em Tabac D'Or, Cuir Vert e Chypre Clair elementos olfativos que ligam esses perfumes de maneiras mais diretas e até mesmo mais sutis. Com Tabac D'Or isso fica bem claro para mim: seu aroma está intimamente relacionado ao tabaco de Cuir Vert e discretamente relacionado ao Chypre cítrico desenvolvido em Chypre Clair. Seu perfume de fato entrega a inspiração no tabaco e no seu rico aroma multi-facetado utilizando-se para isso primariamente de elementos naturais.
Trabalhar com absoluto de tabaco é uma tarefa díficil, pois o aroma natural é de uma riqueza e beleza enorme mas de uma performance triste, de maneira que se você satura a composição com tabaco ela se torna discreta e rente a pele não importando a concentração com a qual você trabalhe. Condé parece utiliza a estrutura oriental da composição para exaltar o tabaco e fazer com que seu perfume tenha uma performance perfeita - seu cheiro fixa e projeta absurdamente na pele. O aroma multi-facetado do tabaco, dessa maneira, acaba sendo refletido na própria natureza multi-facetada da construção.
Tabac D'Or abre de uma maneira bem clássica e é o aspecto cítrico que me faz pensar indiretamente em chypre clair, com um estilo de cítrico que parece relacionado aos primeiros Annick-Goutal. Apesar da piramide não listar muitos elementos na saída sinto algo que me remete tanto a verbena como a litsea cubeba, criando um aroma de limão e bala de erva cidreira. O patchouli aparece de fundo e seu aroma terroso e quente ajuda a reforçar o aspecto mais esfumaçado do tabaco. Junto com as resinas ele exalta as nuances mais orientais e exóticas da ideia.
A tonka e heliotropina são responsáveis por trazer o lado mais dourado da composição, aromatizando esse tabaco natural com tons de cereja e amêndoas e dando uma aura mais adocicada a composição. O tabaco em si acrescenta um cheiro mais seco, quase como de fumo mesmo, e isso só não é explicitamente perceptível pela forma complexa que o perfume é construído na pele. Essa forma inclusive cria em alguns momentos uma ilusão floral, como se tivesse um jasmim ou alguma flor branca dando um sutil toque sensual a esse aroma.
