Agradecimento especial à Kenia Ferreira, que me enviou uma amostra dessa fragrância e me apresentou a marca. Encomendas podem ser feitas com ela pelo instagram:
Há perfumes que contam justamente a narrativa que eles se pretendem a contar mas nem sempre essa narrativa é fascinante para todos. Em Fragile Violet o perfumista Alberto Morillas captura exatamente o que ele deseja, um equilbírio entre o aspecto vegetal/folha e o aspecto floral e das pétalas da violeta. O objetivo é capturar um aroma delicado que permaneça rente a pele e que irradie luz, sendo uma fragrância limpa.
O problema disso é que Fragile Violet é um perfume vendido como perfumaria de nicho, com preço exclusivo e posicionamento luxuoso. O que Alberto Morillas entrega é muito literal no equilíbrio, beirando a monotonia. É como se em Fragile Violet justamente o aspecto mais vibrante e intenso da violeta fosse sedado e o que é entregue é um perfume floral, verde, fresco e agradável porém sem muita vida.
A saída já é um momento que me desagrada, principalmente pelo uso de moléculas marinhas e aquáticas para trazer a faceta da violeta que remete a frutas aquosas. Ainda que esteja bem equilibrado, isso tira parte do luxo de Fragile Violet. A Violeta que vem logo em seguida é delicada demais, sutil demais, com bem pouco do aspecto atalcado e se apoiando mais em um acorde transparente de chá e de um floral fresco e discreto. A base de ambar, musk e cedro também é algo confortável e limpo/luminoso, porém próximo ao que se esperaria de um perfume comercial. Fragile Violet parece justamente ser a antítese do que representa Eric Buterbaugh, como se fosse um perfume feito mais por ser fácil de ser apreciado e vendido do que por ser verdadeiramente uma obra de arte luxuosa na temática floral. O excesso de equilíbrio aqui rouba a alma e luxo da composição.
