18 de ago. de 2021

Nuancielo Supremacy - Avaliação do Perfume



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Ainda que o nome possa apontar para a dominância do perfume Aventus eu vejo também em Supremacy um certo ar de arrogância por parte da Nuancielo. Muito elogiada pelo público a marca parece que começou a se comportar como se fosse intocável e impossível de ser criticada. Só que para que você possa de fato ser supremo em qualquer ramo de atuação não basta apenas melhorar a embalagem e frasco. Você precisa continuar a entregar o que faz muito bem e até mesmo se superar.

E no caso dessa fragrância o que temos é uma decepção, não uma superação ou algo digno de fato do nome que é dado. Diria que a decepção já começa com a mudança de concentração de Eau de Parfum para Deo Parfum, uma tática utilizada para diminuição de tributação. Só que quando seus concorrentes continuam a utilizar a terminologia EDP e você possui a mesma faixa de preço que eles ou é até mais caro não há nada que justifique aceitar isso.

Em termos de formulação Supremacy é bem feito porém mira em um perfume cujo o segredo está justamente no equilíbrio de cada fase. O Hacivat já parte de uma similaridade com o Aventus, um perfume no qual já existem inúmeros contratipos, inspirados e variações no mercado. Fazer um contratipo de algo que já inspirado em outra fragrância é no mínimo arriscado e se vai ser feito é melhor que seja de maneira impecável.

Não é o que temos aqui e Supremacy por mais que mire no perfume da Nishane acerta o Club de Nuit Intense da Al Haramain. Na saída isso nem é tão evidente, com a fragrância conseguindo transmitir até que satisfatoriamente o aroma de abacaxi, que é retratado aqui em seu contraste de doçura e aroma verde e azedinho. Os cítricos conseguem acompanhar bem a ideia ainda que já nesse momento seja possível perceber as diferenças.

Conforme o tempo passa vai ficando cada vez mais evidente que Supremacy não consegue a mesma harmonia e equilíbrio. O patchouli deixa a desejar nas nuances, parecendo mais terroso do que deveria ser. A base também se mostra mais rústica e agressiva, deixando a desejar nos detalhes aveludados e harmônicos do original. É difícil justificar a existência dessa fragrância a não ser pelo ponto de vista do hype: existem poucos contratipos do Hacivat no momento e eu tenho pessoas que desejam ele sem terem conhecido o original. Mas quando se analisa de maneira crítica não há o que justifique uma "inspiração" em vez de uma versão fidedigna e original. Para que mais uma variação do Aventus se não é para reproduzir nos detalhes?