Amostra obtida com a querida Kenia A. Ferreira, encomendas podem ser feitas com ela diretamente de Paris. Eau Rihla é uma grata surpresa e ao mesmo tempo uma decepção da renomada marca de nicho Diptyque. É uma surpresa com a sua maneira de celebrar os 60 anos de uma marca cuja a temática das viagens e do exótico sempre esteve presente. E é uma decepção também por mostrar em sua essência uma grande falta de inspiração da marca para celebrar essa viagem. Lançado em 2021 Eau Rihla tem seu nome a partir de uma palavra em árabe que significa viagem. A marca aqui presta uma homenagem ao Ibn Battuta, um importante viajante e explorador do século 14. O perfumista responsável pelo projeto quis imitar o aroma de couro que teria pertencido a Ibn Battuta. Toda essa história de celebração, temática e inspiração funciona mais como uma cortina de fumaça para o que Eau Rihla é na prática: a versão do Tuscan Leather da Diptyque. É uma excelente interpretação de um perfume que já está saturado de excelentes interpretações. A ideia não foge muito: um aroma de couro ao redor de nuances de açafrão, framboesa e um toque adocicado. É impossível não sentir Eau Rihla e não lembrar imediatamente de Tuscan Leather. As notas que acessorizam a ideia certamente mudam aqui, favorecendo mais um aspecto oleoso e defumado do aroma de couro. Mas nada que realmente entregue algo novo e excitante. Eau Rihla é um couro frutado e especiado ao estilo do Tuscan Leather, menos frutado talvez e um pouco mais carregado em couro. O preço é um pouco mais em conta que o do Tom Ford mas relativamente alto em relação a outros Diptyques. E o que é entregue não se justifica em termos de arte, luxo ou exclusividade para que explique o preço mais elevado. É difícil entender o que leva uma marca renomada a comemorar 60 anos de existência com um perfume que é uma cópia enrustida de uma de suas concorrentes.
